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ARTIGOS
Proposta de interven��oesportebet apostapsicologia do esporte
A proposal for intervention in sport psychology
Cristiana Tieppo Scala
Universidade de S�o Paulo
Endere�o para correspond�nciaRESUMO
Em Psicologia do Esporte, existem muitas d�vidas de como trabalhar.
N�o h� consenso, mas maneiras diferentes de intervir.
Este artigo prop�e um trabalho desenvolvido atrav�s de programas de treinamento, que buscam a melhora de desempenho esportivo.
O programa se baseia nas t�cnicas mais encontradas na literatura, que comprovaram ser efetivas.
Estas t�cnicas s�o: pr�tica encoberta ou treino mental, auto-fala, relaxamento e estabelecimento de metas.
A vantagem de trabalhar com programas � que as t�cnicas, quando combinadas t�m melhor efeito do que quando usadas isoladamente.
Al�m disto, os programas trabalham com tempo e custo determinados, o que facilitaesportebet apostaintrodu��o ao treinamento do atleta e aumenta a possibilidade de realiza��o do trabalho para equipes que se re�nem apenas para competi��es.
Palavras-chave: psicologia do esporte, pr�tica encoberta, relaxamento, auto-fala, estabelecimento de metas.
SUMMARY
In Sport Psychology, there are many doubts about how to work.
There is no agreement, only different ways of intervention.
This paper shows a work based on training programs which aim at improving the sports performance.
This program is based on the effective techniques that are most found in literature.
These techniques are: covered practice or mental training, self-talk, relaxation and goal setting.
Working with programs is useful because combined techniques are more effective than isolated ones.
Furthermore, programs have time and cost determined, which ease its introduction to the athlete's training and increase the possibility of this work in teams that meet only in competitions.
Key words: sport psychology, covered practice, self-talk, relaxation, goal setting.
A Psicologia do Esporte tem ganhado espa�o, tanto na area de estudos, quanta no mercado de trabalho, porem persistem as d�vidas de como trabalhar.
N�o ha consenso, mas sim maneiras diferentes de interven��o.
Uma maneira de intervir e atraves de programas de treinamento, para a melhora de desempenho (Martin, 1996; Syer e Connolly, 1984).
Sua area de aplica��o costuma ser o esporte de alto-rendimento, mas os esportes escolar, recreati vo ou de reabilita��o, tambem podem ser beneficiados com este trabalho (Weinberg e Gould, 1996), desde que adaptado as necessidades de cada atleta, o que caracteriza o trabalhoesportebet apostaPsicologia do Esporte.
Diferente da terapia, que orienta-se pelas queixas do cliente, os program as de treinamento buscam instalar comportamentos espec�ficos, que v�o resultar na melhora de desempenho do atleta,esportebet apostaseu esporte.
Caso se apresentem quest�es que fogem ao meio esportivo, o melhor � o encaminhamento para outro profissional, mesmo que estas quest�es interfiram no rendimento.
Por exemplo, se o atleta tem problemas familiares, provavelmente ter� seu rendimento esportivo comprometido, no entanto, n�o � objetivo do psic�logo do esporte trabalhar isto e sim, ensin�-lo a deixar estes problemas fora da quadra e, se necess�rio, indicar terapia.
Se o psic�logo do esporte enfoca tais quest�es poder� ter dois problemas; perder o cliente/atleta, que n�o veio procurar terapia; perder o objetivo do trabalho, que � melhorar o rendimento esportivo.
Os programas de treinamento utilizam a combina��o de algumas t�cnicas, adaptadas ao atleta ap�s uma an�lise detalhada do seu desempenho.
Na literatura de psicologia do esporte, segundo Patrick e Hrycaiko (1998), as mais utilizadas, pelaesportebet apostaefic�cia s�o, como mostram os estudos: Pr�tica encoberta: Weinberg, 1982; Feltz e Landers, 1983; Hinshaw,1991; Meyers, Whelan e Murphy, 1996; Scala e Kerbauy, 1997.
Auto-fala: Rushal e Shewchuk, 1989; Ming e Martin, 1996.
Relaxamento: Weinberg, 1988; Wilkinson, Landers e Daniels, 1981.
Estabelecimento de metas (planejar): Mento, Stell e Karren, 1987.
O efeito da combina��o de algumas destas t�cnicas � objeto de estudo de Weinberg, Seaboume e Jackson (1981); Hall e Erffmeyer (1983); Zhang, Orlick e Zitzelsberger (1992) que verificaram que a combina��o da pr�tica encoberta com o relaxamento pode ser mais efetivo do que ambos quando utilizados isoladamente.
Kendall, Hrycaiko e Martin (1990), poresportebet apostavez, verificaram a efic�cia da combina��o de tr�s t�cnicas, a pr�tica encoberta, o relaxamento e a auto-fala.
Num trabalho mais recente, Patrick e Hrycaiko (1998) verificaram o efeito da combina��o das quatro t�cnicas, a pr�tica encoberta, o relaxamento, a auto-fala e o estabelecimento de metas.
Eles conclu�ram que al�m de efetiva, a combina��o das t�cnicas, segundo os participantes, ajudava a utiliza��o de cada uma isoladamente.
Portanto podemos concluir que, embora os autores preconizem a necessidade de estudos isolados para as t�cnicas utilizadas, na melhora de rendimento, tamb�m h� ind�cios de que a utiliza��o delas combinadas leva a maiores benef�cios pr�ticos para os atletas.
Como estes relataram estar satisfeitos com os resultados do estudo, supomos que aumente a probabilidade de que continuem a utiliz�-las emesportebet apostapr�tica esportiva.
Para utilizar as t�cnicas isoladas ou combinadas, o primeiro passo � compreender seus componentes comportamentais e as etapas necess�rias para aprendizagem eficiente.
Planejar ou estabelecer metas, � uma estrat�gia que pode melhorar o rendimento.
Os objetivos s�o definidos atrav�s de uma an�lise de condi��es ambientais, na qual s�o estabelecidas rela��es de conting�ncias.
S�o descritos comportamentos que, se emitidos, provavelmente ter�o conseq��ncias refor�adoras.
Segundo Weinberg e Gould (1996), os objetivos dirigem a aten��o para elementos importantes do rendimento, queesportebet apostaoutras condi��es, talvez n�o se desse a devida import�ncia.
Al�m disto, estabelecer metas permite o desenvolvimento de novas estrat�gias de aprendizagem.
Ao se fazer um planejamento � fundamental que as metas sejam de curto, m�dio e longo prazo.
Com este processo elas ser�o realistas e correspondentes � capacidade do sujeito.
As metas quando atingidas levam a desafios maiores, tendo como refer�ncia o desempenho do atleta e n�o expectativas externas, como dos pais, treinadores ou torcida.
Enfatizamos que as metas devem ser estabelecidas com crit�rios concretos, para diminuir a possibilidade de fracasso.
E necess�rio prioriz�-las, isto �, verificar quais s�o as mais importantes e organiz�-lasesportebet apostaseq��ncia para obter o comprometimento do esportista.
Finalmente, � necess�rio colocar prazos para atingi-las e novamente, prazos realistas.
Se, por exemplo, eu comecei a jogar t�nis este ano, n�o posso ter como meta atingir o primeiro lugar do ranking mundial,esportebet apostaum ano.
Por mais que eu evolua, n�o h� tempo vi�vel para atingir tal objetivo.
Portanto, um planejamento que organiza, de fato, o trabalho, � divididoesportebet apostametas de anos, meses e semanas, com seus prazos e as estrat�gias para alcan��-las.
Martin (1996) salienta que estabelecer metas priorit�rias e as estrat�gias que levam � elas, � o primeiro passo para alcan��-las e minimiza o tempo gastoesportebet apostaatividades menos importantes.
O que, segundo ele, � fundamental para um atleta ser efetivo.
Pr�tica encoberta � uma t�cnica na qual o atleta treina, atrav�s da imagina��o.
Imaginar, para Skinner (1974) �: "ver algo na aus�ncia da coisa vista, � presumivelmente uma quest�o de fazer aquilo que se faria quando o que se v� est� presente" p.28.
Nesse sentido, imaginar � um comportamento encoberto que tem a vantagem, segundo Skinner (1974), de poder anula' o comportamento e tentar novamente, caso as conseq��ncias privadas n�o sejam refor�adoras.
No caso do esporte, um bom exemplo dado pelo autor, � o do jogador de xadrez, que ao visualizar outros lances que j� fez, joga ocultamente a partida para p�r � prova as conseq��ncias.
Estudos mostram que, no momentoesportebet apostaque se emprega a pr�tica encoberta, h� altera��es cerebrais (Lassen, Ingvar e Skinhoj, 1978), musculares (Bird, 1982) e do sistema nervoso aut�nomo (Deschaumes-Molinaro, Dittmar e Vernet-Maury, 1991), muito parecidas com as ocorridas ao fazer o movimentoesportebet apostasi, o que justificariaesportebet apostautiliza��o.
Al�m disto, como um comportamento, a pr�tica encoberta se modifica pela experi�ncia, portanto funciona no sentido de preparar o atleta, na corre��o e melhora de aspectos espec�ficos do rendimento.
Uma maneira de utiliz�-la � atrav�s de um roteiro, fornecido ao atleta, que descreva as condi��es que se buscam.
Scala e Kerbauy (2000) usaram a pr�tica encoberta com nadadores, para que eles nadassem mais r�pido.
Atrav�s de roteiro, pediam que os atletas se imaginassem nadando o mais r�pido que pudessem.
Os resultados mostraram que a pr�tica encoberta teve efeito sobre o tempo destes nadadores, que passaram a nadar mais r�pido com o emprego da t�cnica.
Segundo os atletas, a pr�tica encoberta aumentou a discrimina��o sobre o nadar, o que teria melhorado o rendimento.
Um dos nadadores, inclusive, aliou � imagina��o a palavra "r�pido".
Esta t�cnica, na qual o sujeito repete uma frase ou uma palavra durante o desempenho de uma tarefa, denominamos auto-fala.
Segundo Weinberg e Gould (1996), com esta palavra, o sujeito d� uma instru��o a si mesmo.
No estudo de Scala e Kerbauy (2000), o atleta ficou sob controle da auto-fala r�pido, mesmo que ao nadar estivesse exposto �s conting�ncias naturais.
Isto mostra que os atletas podem,esportebet apostafun��o deesportebet apostahist�ria de vida, construir auto-falas relacionadas � tarefa, que tornam seus desempenhos mais eficientes.
Portanto o treinamento ensina o procedimento e permite constru��es pessoais.
E refor�ador para o psic�logo observar o relato dessas inova��es dos atletas com o resultado do esporte, o que demonstra a aprendizagem esperada.
A auto-fala, segundo Martin (1996), pode ser usada tamb�m para controlar emo��es.
Sendo a auto-fala uma regra, o atleta pode fazer uso dela tamb�m para resolver problemas e planejar, parar pensamentos negativos, adquirir habilidades esportivas.
Segundo Martin (1996), v�rios psic�logos concordam que os atletas pensam durante o desempenho esportivo.
Sendo assim, a auto-fala, como instru��o, � pertinente.
O emprego da auto-fala, assim como da pr�tica encoberta, � tamb�m utilizada para melhorar a concentra��o, parte fundamental do desempenho.
A concentra��o � definida como colocar e manter a aten��o nos aspectos relevantes da tarefa (Weinberg e Gould, 1996).
Para a an�lise do comportamento, segundo Martin (1996) a concentra��o envolve dois processos.
Primeiro, o comportamento orientado ou focal, que coloca o sujeitoesportebet apostacontato com est�mulos discriminativos relevantes do ambiente.
Segundo, por fornecer as dicas que exercem controle de est�mulos sobre o desempenho esportivo do momento.
Uma maneira de auxiliar os atletas a melhoraremesportebet apostaconcentra��o � orient�-los sobre as dicas adequadas para o melhor desempenho.
Temos algumas pesquisas como a de Osborne, Rudrud e Zezoney (1990) que demonstram como orientar o atleta para estas dicas.
Eles trabalharam com atletas de beisebol, com dificuldadeesportebet apostarebater bolas curvas.
A estrat�gia foi pintar de laranja as costuras da bola.
Fazendo isto, orientaram os atletas a colocarem a aten��o na bola, no caso, a dica relevante para o bom rendimento de tal esporte.
Isto tamb�m pode ser feito atrav�s da pr�tica encoberta, na qual treina-se na imagina��o, o que e como discriminar.
No t�nis, por exemplo, para que o atleta mantenha a aten��o na bola e n�o a desvie para aspectos que n�o s�o relevantes, como a torcida, uma boa dica � pedir para que ou�a os sons da bolaesportebet apostamovimento, ao tocar no ch�o e na raquete.
Segundo Martin (1996) e Weinberg e Gould (1996) a auto-fala � uma maneira de melhorar a concentra��o, pois tamb�m pode auxiliar o atleta a focalizar os aspectos relevantes no ambiente esportivo que exercem um controle de est�mulos.
Ainda usando o t�nis como exemplo: neste j ogo, � na bola que o atleta deve colocar a aten��o.
A auto-fala utilizada, neste caso, ent�o, poderia ser bola.
As t�cnicas de relaxamento permitem o al�vio de tens�es musculares inadequadas que podem diminuir o rendimento esportivo.
O relaxamento tamb�m � utilizado para controlar a ativa��o do sistema nervoso central, eliciada por diferentes est�mulos ambientais, uma vez que o coipo se prepara para a a��o conforme a situa��o vivida.
O relaxamento permite um maior controle sobre esta ativa��o, para que o atleta n�o tenha excesso ou falta de energia para atuar.
Atrav�s do relaxamento, o atleta aprende a discriminar as modifica��es que ocorrem no seu corpo e a encontrar qual a ativa��o adequada, a cada situa��o, para um bom desempenho.
A relaxa��o progressiva de Jacobson � uma t�cnica bastante utilizada e � indicada para horas antes ou depois da competi��o.
Outras t�cnicas como controle de respira��o, e t�cnicas de relaxamento r�pido, s�o mais utilizadas durante a competi��o (Weinberg e Gould, 1996).
Estas t�cnicas s�o tamb�m condi��o facilitadora para a aprendizagem e utiliza��o de outras t�cnicas, como a pr�tica encoberta (Weinberg, Seabourne e Jackson, 1981; Zhang, Orlick e Zitzelsberger, 1992), pois � mais f�cil imaginar, se estamos relaxados.
Como estamos mostrando os programas de treinamento para a melhora de rendimento esportivo utilizam-se das t�cnicas citadas, organizando-as de maneira a trabalhar aspectos relativos ao desempenho, como emo��es da competi��o, autocontrole e concentra��o.
A mesma t�cnica pode ter, como vimos, mais de uma fiin��o.
O importante � adapt�-la conforme a necessidade do atleta e do momento.
Consideramos que trabalhar com programas tem a vantagem de organizar o trabalho do psic�logo do esporte e do atleta, de maneira que este possa facilmente introduz�-�oesportebet apostaseu treinamento esportivo.
Al�m disto, o programa tendo come�o, meio e fim, cobre os diferentes aspectos psicol�gicos relativos ao esporte, deixando o atleta pronto para seguir sozinho, uma vez que as situa��es esportivas tendem a se repetir.
Com o que o atleta-aprendeu, pode lidar com os problemas e ficar sob controle do desempenho esportivo.
Os programas t�m tempo e custo determinados, o que � de grande valia para se trabalhar junto a equipes, seja de esporte individual ou coletivo.
Isto porque, as equipes costumam se reunir para competi��es espec�ficas, o que inviabilizaria um trabalho de dura��o prolongada.
Outro aspecto � a possibilidade de investimento financeiro dos clubes.
� realidade brasileira n�o permite muito investimento, com exce��o de alguns esportes.
Ter um valor financeiro fechado para o programa pode facilitar o planejamento do grupo e a possibilidade de contrata��o de um psic�logo.
Considero, por�m, que o mais importante do trabalho com programas, � a possibilidade de preparar atletas com efici�ncia, trabalhando juntamente com os outros profissionais preocupados com a melhora de desempenho.
Concluindo diria que emesportebet aposta�rea de conhecimento o psic�logo � capaz de fazer uma an�lise de condi��es, e elaborar programas adequados � necessidade dos atletas e n�o simplesmente aplicar t�cnicas.
A utiliza��o destas t�cnicas s� ser� eficiente, como vimos, se houver uma compreens�o da situa��o e seu emprego de maneira adequada.
Ap�s o aprendizado de como, onde e porque utilizar t�cnicas espec�ficas, o atleta ter�, ent�o, condi��es de enfrentar as diferentes situa��es de desafios geradas pelo esporte.
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